Governo pede pressa à equipe técnica no processo de Recuperação Fiscal

Agilizar os trâmites internos para garantir a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Esta é a determinação do governador José Ivo Sartori à equipe técnica que cuida do processo, após a aprovação na Assembleia Legislativa. A autorização para o Estado entrar no plano de socorro financeiro do governo federal veio na madrugada de quinta-feira (8), com 30 votos a favor e 18 contra. Agora, o próprio governador participará das próximas reuniões em Brasília, depois do Carnaval.

“A aprovação dos deputados foi vital para continuarmos nossa caminhada. Agora podemos continuar negociando com a União os termos do acordo de adesão. É importante que se ressalte: o Regime representa o mínimo de governabilidade para os próximos anos do Rio Grande do Sul. É a chance que o Estado tem de equilibrar as contas e voltar a crescer”, afirma.

O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Branco, destaca que o aval do Legislativo deve agilizar o processo. “As negociações com o Ministério da Fazenda vão se acelerar e também se aprofundar. Vamos, ponto a ponto, mostrar o que já fizemos e o que estamos dispostos a fazer para assinar o acordo. Queremos e devemos fazer um plano econômico responsável e consistente, que nos permita chegar o mais rápido possível ao ajuste fiscal”, diz Branco.

Além de focar nas tratativas com o governo federal, o Palácio Piratini vai elaborar e enviar para o Parlamento gaúcho um novo texto sobre a adesão ao RRF. O objetivo é contemplar sugestões do presidente da Casa, Marlon Santos, e de deputados da base aliada. “Agora, nossa equipe técnica irá se debruçar sobre o tema para formular o texto da nova proposição. Mas é importante esclarecer que isso não vai descaracterizar a matéria já aprovada”, explica.

O que é o RRF?

O Regime de Recuperação Fiscal foi criado pelo governo federal para socorrer os estados com grave desequilíbrio financeiro, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro (que já assinou o acordo). Uma das principais e imediatas vantagens é ficar sem pagar as parcelas mensais da dívida com a União por um período de três anos – que podem ser prorrogados por igual período.

De acordo com a Secretaria da Fazenda (Sefaz), seriam, até 2020, R$ 11,3 bilhões que ficariam nos cofres gaúchos, para investimento aqui, em vez de irem para Brasília. Outro benefício é a possibilidade de o Estado receber autorização do Ministério da Fazenda para fazer novos empréstimos nacionais e internacionais. Hoje, o RS está legalmente impedido de fazer isso.

No entanto, o RRF exige garantias. Uma das contrapartidas exigidas pela União é a privatização ou federalização de empresas estatais, pauta que também deve passar pela Assembleia.