Deputado Basegio nega denúncias de extorsão feitas por ex-assessor

Imagens divulgadas pelo programa “Fantástico”, da TV Globo mostram o deputado estadual Diógenes Basegio (PDT) contando dinheiro em seu gabinete. As imagens foram gravadas pelo ex-assessor Neuromar Gatto que afirma que servidores comissionados, muitos dos quais fantasmas, devolviam ao parlamentar parte ou todo o vencimento mensal para o deputado, além da adulteração do hodômetro dos carros para garantir indenização pelo uso do carro particular.
O deputado nega todas as afirmações do ex-assessor. À Rádio Guaíba, disse que este dinheiro não era da verba de gabinete, e portanto, não era público. Segundo Basegio, esse montante contado por ele era particular e também oriundo de repasses realizados pelos seus funcionários para despesas extras.
“Esse dinheiro era meu, e era quantidade para as nossas despesas. Esse dinheiro foi pedido ao assessor e a uma assessora para que ele fosse retirado para que pudéssemos pagar as contas. E esse rapaz filmou. Temos despesas com newsletter, com internet – que não são disponibilizadas algumas coisas lá [pela Assembleia], temos [contratos com] assessorias que não têm ligação com a Assembleia. É um dinheiro que nós encaminhávamos, pagávamos alguns funcionários que trabalhavam no interior do estado. Mas com dinheiro meu, nunca foi utilizado dinheiro da Assembleia”, explicou Basegio.

“Ataques e provas forjadas”

Segundo o deputado, os “ataques e provas forjadas” teriam como objetivo, “além da vingança”, destruir o trabalho como parlamentar. “Gravações forjadas, papéis rabiscados tentando imitar minha letra e tantas outras ações maquiavélicas foram feitas por este indivíduo com único objetivo, nos incriminar”, defendeu-se o deputado em mensagem postada no Facebook.
Segundo a reportagem do “Fantástico”, Neuromar Gatto era o “arrecadador” do esquema. “Essas pessoas traziam os valores e entregavam a mim. E eu, naturalmente, passava ao deputado esses valores, como consta nas gravações”, afirmou. Em um dos vídeos gravados pelo ex-chefe de gabinete, o assessor Álvaro Ambrós afirma que devolvia entre “R$ 3,2 mil e R$ 3,3 mil” de um salário de R$ 7.710,39.

Fraude das verbas indenizatórias

O escândalo revelado em rede nacional também colocou sob suspeita a forma como é feita a prestação de contas sobre as verbas indenizatórias destinadas aos deputados. Entre elas, está a indenização pelo uso do carro particular, que garante ao parlamentar R$ 0,86 por quilômetro rodado.
O ex-chefe de gabinete do deputado Basegio revelou uma fraude para burlar os mecanismos de controle da Assembleia, que, periodicamente, anota o registro que aparece nos odômetros. Neuromar Gatto disse que é comum deputados mandarem esses veículos até oficinas mecânicas, para aumentar, artificialmente, a quilometragem.