Complexo do Alemão, no RJ, tem protestos por morte de menino de 10 anos

Moradores do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, se reúnem desde as 10h deste sábado (4) para mais um protesto contra a violência após a morte do estudante Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, e outras três pessoas durante tiroteios nos últimos dias.
Em um carro de som, lideranças comunitárias convocam as pessoas para uma caminhada pela Estrada do Itararé, uma das principais avenidas que corta o Complexo do Alemão. Bolas brancas estão sendo distribuídas para simbolizar a paz.
Na noite de sexta, 3, policiais militares e manifestantes entraram em confronto no mesmo local. Cerca de 300 pessoas chegaram a interditar o trânsito na via, na tentativa de chegar à sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Alemão. Os PMs usaram bombas de gás e spray de pimenta para dispersar a manifestação. Segundo os moradores, os PMs foram violentos e teriam começado o confronto.
Um policial foi filmado jogando spray de pimenta na direção dos manifestantes, a maioria mulheres e crianças que balançavam panos brancos para pedir paz. Já os PMs disseram que só atiraram bombas porque começaram a ser alvo de pedras.
Nova ocupação
O policiamento da UPP no Alemão está sendo reforçado desde quinta-feira por 270 homens do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC).
Em nota oficial divulgada na sexta, a Secretaria de Estado de Segurança admitiu a possibilidade de uma nova ocupação no Complexo. “Há um centro de comando do COE instalado na Coordenadoria de Policia Pacificadora e cada ação das forças especiais será avaliada até chegar, se for necessário, a uma ocupação completa” diz o comunicado.