Após vitória do "não" a credores, FMI oferece ajuda para a Grécia

As tensões do plebiscito realizado ontem na Grécia, que culminou com a rejeição às condições propostas pelos credores do país, mal se dissiparam e os gregos já enfrentam neste dia seguinte as incertezas profundas decorrentes do gesto apoiado pela maioria da sua população.
A renúncia do ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, as reuniões emergenciais da cúpula europeia, mais o encontro dos dirigentes máximos da Alemanha e da França, são alguns dos ingredientes de um cenário conturbado e de enorme repercussão no mundo financeiro internacional – e não apenas nele.
A recusa às medidas de austeridade exigidas como contrapartida ao apoio financeiro dos credores, entre os quais o emblemático FMI (Fundo Monetário Internacional), foi resultado, em boa parte, da condução extremada do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

A politização aguda das negociações em torno da proposta colocada na mesa de discussão com os pares europeus refletiu a estratégia de Tsipras de cacifar sua resistência aos termos do acordo com o voto dos gregos no plebiscito de ontem.
Ajuda, se necessário
A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, disse hoje que está acompanhando de perto a situação na Grécia. Segundo ela, o Fundo está pronto para ajudar o país se for solicitado.
No domingo, 61,34% dos gregos que participaram do referendo rejeitaram as propostas dos credores internacionais – instituições europeias e do Fundo Monetário Internacional. Após o resultado, foi agendada para amanhã (7) uma reunião de cúpula extraordinária da Zona do Euro. Posteriormente, haverá uma reunião do Eurogrupo.
“O FMI tomou nota do referendo que ocorreu ontem [dia 5] na Grécia. Estamos monitorando a situação de perto e estamos prontos para ajudar a Grécia se assim for pedido”, disse, por meio de nota, a diretora do FMI.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, pediu demissão, depois de o não ter vencido no referendo nacional. Ele disse que após serem anunciados os resultados do referendo, foi informado de certa preferência de alguns participantes do Eurogrupo, e de vários parceiros, pela sua ausência nas reuniões.
“Uma ideia que o primeiro-ministro considerou ser potencialmente útil para que se conseguisse chegar a um acordo. Por esse motivo, deixo o Ministério das Finanças hoje”, disse Varoufakis, em seu blog, depois de ter feito o anúncio em sua conta no Twitter.