Quinze trabalhadores mantidos sob regime análogo ao de escravidão foram resgatados em uma ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O caso ocorreu na manhã de sábado, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
Conforme a PRF, o ônibus foi abordado durante uma fiscalização por estar em condições precárias de conservação. Durante uma revista, os policiais identificaram que o veículo transportava os passageiros em péssimas condições, sem assentos.
De acordo com as vítimas, pessoas de Alvorada e região, entre elas dois jovens de 15 e 16 anos, eram convencidas a vender massa de arear panelas nas ruas de várias cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, porém sem nenhum direito trabalhista, nem condições mínimas de higiene e saúde.
Durante os deslocamentos, os trabalhadores tinham que ficar sentados ou deitados em colchões sobre o assoalho ou sobre bancadas ao longo do corredor. Além disso, veículo estava em péssimas condições de higiene, com colchões, roupas, alimentos e produtos espalhados por todo canto.
Diante da situação, a equipe aprofundou a fiscalização e descobriu que já havia um pedido do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina à PRF. O órgão queria uma fiscalização do tal veículo e identicar ocupantes, já que havia uma denúncia de transporte de trabalhadores em situação análoga à escravidão.
O condutor, o ajudante e todos os 15 trabalhadores foram encaminhados à Polícia Federal, em Porto Alegre, para registro da ocorrência. O ônibus foi removido por mau estado de conservação e 160 quilos de massa de arear panelas recolhidos pela vigilância sanitária, já que não possuíam registro e licença nos órgãos sanitários.