Brasileiro suspeito de abuso está "muito abalado"

O diretor executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Ricardo de Moura, disse que o goleiro da seleção nacional de polo aquático Thye Bezerra está “muito abalado” com a suspeita de abuso sexual que recai sobre ele.
A delegação, acompanhada por Moura, está em Kazan, na Rússia, para a disputa do mundial de esportes aquáticos. “A notícia pegou todo mundo de surpresa, inclusive o atleta. Ele está muito abalado. Acho que foi tudo muito precipitado”, disse o cartola.
Em contato telefônico com a reportagem, ele evitou comentar sobre a posição pessoal do atleta e disse apenas que vai aguardar a atuação dos advogados antes de emitir um comunicado oficial. Além disso, Moura não confirmou nem descartou a possibilidade de Bezerra deixar a competição e voltar para o Brasil.
“Vamos traçar nossa estratégia. Vamos depender da estratégia que será tomada para se manifestar sobre o caso”, explicou. O advogado da CBDA está no Rio de Janeiro, mas deve trabalhar na defesa de Thye, que já tem mandado de prisão emitido contra ele. O advogado do Comitê Olímpico Brasileiro está em Toronto para acompanhar os Jogos Pan-Americanos e pode também atuar no caso.
A denúncia de abuso foi revelada nesta sexta-feira (24) pela polícia canadense. Segundo a inspetora de crimes sexuais Joanna Beaven-Desjardins, na manhã do dia 16 de julho, Bezerra e outro integrante da equipe brasileira de polo aquático estavam na casa da mulher, junto com uma amiga dela. A vítima disse à polícia que foi dormir e que Bezerra entrou em seu quarto e a violentou.
De acordo com a polícia canadense, abuso sexual é qualquer forma de contato sexual indesejado e inclui beijo, toque, sexo oral e penetração. Joanna também informou que não houve arrombamento da casa, no entanto acredita no envolvimento do brasileiro. “A investigação nos dá certeza do envolvimento dele no crime”, disse.
O goleiro esteve em Toronto entre os dias 3 a 16 de julho para disputa dos Jogos Pan-americanos. O time brasileiro conquistou a prata, após perder para os Estados Unidos na final por 11 a 9.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o Consulado Geral em Toronto tomou conhecimento do caso pelas autoridades locais. “O Consulado está em contato permanente com o Comitê Olímpico Brasileiro e as autoridades canadenses, com vistas a acompanhar os desdobramentos jurídicos do caso. A Embaixada do Brasil em Moscou, onde encontra-se o atleta, também está ciente do caso”, diz, em nota, o Itamaraty.